O silencio corre a noite...

Vejo o sol ... mas não vejo o dia, o brilhar se parece comigo
As sombras do luar te revelam fazes da vida, sinto minhas costas descolar do corpo e por dentro desta matéria ... não resta nada.

Esta alma reflete luzes invisíveis e vagueia sem destino, meu coração bate ternuras, lembranças, passado, ao mesmo que sinto o pulsar dele em meus ouvidos.
Gostava quando batia mais forte gostava ... gostava ... gostava. Via sua face tomando formas leves, alegres.

Meus sonhos muitos se realizaram muito desapareceram e de poucos sorriam.
Minhas pernas vagavam durante o silencio da noite em tua companhia. Dos meus passos ia descobrindo cada momento de minha vida, das sobras refletidas por postes sombrios ia vendo o quanto sorri e o quanto desfiz iam tomando formas diferentes de minha postura.

Tentava dizer a ti mesmo ... viva por que isso tudo vai passar.

Sentia o gosto da vida como se fosse um pincel leve e suave, ou o mesmo que um pousar atrás do nécta.

Não restou nada.

Das minhas mão restaram rugas, meus cabelos grisalhos, minhas mãos fecham-se meu corpo encurva-se, não consigo olhar pra cima pra ver o Sol brilhar até ofuscar minha visão e fazer limpar minha mente.

Passou ....

Passou o dia e não vi você crescer, não lhe deixei herança de meus dons, não tive culpa ... nem Deus.

Como era bom viver em ti
A matéria passa... à alma dar-se Luz

Este eu não existe mais.

Vou atrás de outro.



By Fabio Terranova 18/7/2007 1:55

Nenhum comentário:

Postar um comentário