Linha reta


Eu não via nada em minha frente
Esfreguei as vistas para ver se era algo que estava em minha Iris e não mudou nada
Peguei meu rumo e tracei minha estrada mesmo sem enxergar eu caminhei ao lado esquerdo da estrada.

Cego continuei em frente com um medo quase fatal, toda minha estrutura emocional me dava resposta de medo, estendi meu braço esperando encostar-se a alguém do meu lado direito, senti o vazio, um vento gelado soprava por entre meus dedos e não tinha som de nada.
Recolhi com medo, pus as mãos no bolso, ergui o queixo pra frente e orei, roguei para que não caísse em buraco algum, e vinha apenas o vento gelado passar por minha face e foi assim por alguns meses.

Com o tempo o som vinha voltando comecei a perceber onde estavas, mas nada era de fácil conhecimento, continuei e linha reta...o tato já era diferente, as vezes úmido, as vezes quente eram apenas sensações nas quais já tinha sentido, se quer tirava as mãos do bolso para limpar a face, deixava o tempo tratar meu rosto.

Assim fora por outro longo tempo... O ar em vários momentos passou a ter aromas diferentes, nos quais muito já conhecia, mas não via e ao mesmo tempo conseguia eu assimilar com o som ao redor e com as sensações que meu rosto recebia.

As vezes um silencio absurdo e ouvia apenas meu batimento cardíaco, falava comigo mesmo “Fabio onde vc está ?!” não sabia se era noite ou dia, mesmo temendo o pior continuei em linha reta, pois sei que em algum momento irei completar o ciclo normal, pois o mundo da voltas e numa destas terás alguém em meu caminho.

By Fabio Terranova 24/05/2010 12:41

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