Amante sim, verdade um eterno amante.
Fazer uma faculdade nos dias de hoje é condição básica, sua primeira namorada(o) na área do Saber, antigamente ter o segundo grau já bastava.
E o(a) amante entra aonde nessa história?.
A Pós graduação (Lato Sensu), pós é uma especialização na qual você aprofunda o conhecimento em uma determinada área, cursa algumas matérias específicas, provas e artigos passam fazer parte do cotidiano. Dai por diante este aprofundamento vai se tornando cada vez mais profundo, profundo longe...Onde começa a flertar com mais profundidade com esse(a) tal (Saber), você vive algum tempo nesse flerte...
E quando tu vislumbra um Mestrado (Stricto Senso), média 2 anos de mais estudos e onde começa a abrir o leque para outras atuações e descobertas e tu passa a ser visto como um pesquisador(a), dai comum as vezes vir fazer outro Lato Sensu para fundamentar com maior base sua tese do Mestrado, pois no mestrado sua mente está em um nível que tu acha que vai enlouquecer de tanta informação a ser processada, porém você se torna definitivamente um amante do SABER.
E quanto tu menos espera, depois de anos de estudos, trabalhos em dado momento tu para...respira e diz pra si "Será que acabou? Era só isso?'
E tu descobre que não, outro(a) amante surge imponente, majestoso(a) em sua frente te atraindo com extrema profundidade em sua mente.
Neste ponto só há duas opções, vai ou para, e poucos mas muitos poucos encaram o DOUTORADO.
A conquista do título de doutor pode trazer inúmeros benefícios, quer seja de reputação, principalmente, se o tema for de interesse público. O profissional poderá compensar os anos de investimentos nesse tipo de capacitação, porém muito mas muto árduo, uma paixão incontrolável, muito cuidado pode não ter volta, envolva-se mas esteja preparada(o) para não desistir.
Uma linha de pesquisa em um Doutorado não é um apanhado de matérias que vai estudando, fazendo provinha, trabalhinho ... Não ...não é assim, se quer tem disso.
Muitas vezes você inicia a sua pesquisa científica e em dado momento tu para e muda completamente toda a linha de estudos por falta as vezes de literaturas que lhe dão bases para revisões bibliográficas, ou por vezes ver que aquele desenvolvimento de seu projeto de ciência não vai dar o resultado que pretendias, onde tu fala pra si "EU TO MALUCO".
Não é atoa que surge os bordões de "Cientista Maluco", pois ciência é coisa de maluco assim pode-se dizer.
Mas quando chega o ponto da conclusão do Doutorado tua mente está tão cansada, os sinais de estudos começam a refletir em seu rosto, rugas de preocupação, ansiedade, stress são os efeitos mais comuns em Doutorandos, mas... nisso estais tão cansado(a) que lhe resta apenas esvaziar todo este conhecimento transmitindo-o para aqueles que querem aprender através de cada palestra que você dá, congresso em que participa, seminários, eis que você domina a arte de transformar a linguagem científica e o conhecimento em uma linguagem simples de fácil entendimento e absorção aos novos que estão em sua jornada de desenvolvimento do conhecimento e prestes a se tornar um amante do Saber.
E não satisfeito você parte para um Pós Doutorado mais um ano ai pela frente, é apenas um título muitos chamam de PHDeus, você domina a capacidade de filosofar sob sua criação científica, mas nada disso é o fim, pois o saber não tem fim. Você apenas criou um novo veneno para muitos outros se apaixonarem pela arte do Saber.
Tu passas a fazer parte de um núcleo científico muito seleto, mas não use isso para se vangloriar como ocupante do topo da pirâmide do SABER, jamais.
Dessa hora em diante, até mesmo antes de um Mestrado lá atrás você simplesmente deve se considerar como nada, pois você não é nada, não sabe mais que outros, não tens mais conhecimento que outros, pois cada um faz o seu repertório de conhecimento, o conhecimento não é algo de você pega numa platileira de mercado e coloca no bolso, você simplesmente é um cientista por paixão resultado daquele veneno que você iniciou lá atrás na faculdade, você é uma pessoa que transforma o conhecimento em ciência, transforma a ciência em ação e transforma a ação em bases para o desenvolvimento de um novo Saber.
Esse(a) amante chama-se SABER.
(Texto: Prof. Fabio Botelho)